Crítica Doutor Estranho

 Olá mais uma vez! Hoje estamos aqui para falar do mais recente filme do Universo Cinematográfico da Marvel Doctor Strange, dirigido por Scott Derrickson. Este é o primeiro filme da personagem neste universo e como tal era necessário apresentar todo o universo próprio desta personagem, as personagens que o rodeiam e também estabelecer ligações com os demais filmes da Marvel... muita coisa não é? A Marvel continua a insistir nas historias de origem... será que a mesma fórmula continua a funcionar?
 Bem sem me alongar muito com o enredo do filme tudo o que precisam de saber é que o cirurgião Dr. Stephen Strange ( interpretado por Benedict Cumberbatch) sofre um acidente de carro no qual perde o uso das mãos. Após isso parte numa viagem para um santuário no qual conhece a Anciã (interpretada pela Tilda Swinton) e Mordo (interpretado por Chiwetel Ejiofor) e começa um treino nas artes místicas. Com o desenrolar da trama Strange vê-se envolvido numa guerra entre antigos associados da Anciã que pode resultar numa grande catástrofe que só o herói Stephen Strange e companhia conseguem resolver. E pronto cá esta a trama do filme não vou entrar em spoilers.
 Ora bem primeiro vou falar dos pontos positivos do filme e depois entro nos negativos. Uma coisa que me agradou imenso neste filme foi o visual. Muito idêntico ao da banda desenhada, realmente nota-se um carinho por parte dos envolvidos na produção deste filme para dar vida à personagem da melhor maneira possível. Outra coisa excelente foram os efeitos visuais, este filme envolve-nos numa serie de viagens psicadélicas e lutas com o tipo mas elaborado de magia, o potencial visual deste filme é enorme e há que dizer que é levado ao extremo. Estou a torcer muito sinceramente para que o filme ganhe o Oscar de melhores efeitos visuais porque realmente foi algo muito bom mesmo. As cenas de ação são muito bem coreografadas e em certos pontos originais até. Uma coisa que me agradou bastante foi o elemento de horror que o diretor Scott Derrickson incutiu neste filme. Este realizador até então só tinha produzido filmes de terror como o muito bom Sinister, e foi bom vê-lo a pegar num género diferente mesmo assim conseguir sentir a assinatura dele principalmente nas cenas psicadélicas e pós-acidente de carro do Stephen Strange. A fotografia e edição do filme são otimas, tecnicamente o filme é muito bom. O meu ultimo ponto positivo deste filme vai para as atuações. Benedict Cumberbatch interpreta Strange como ninguém ( à exceção das cenas de comédia mas já la vamos) realmente nota-se o empenho do ator, ele consegue transmitir o pasmo essencial da personagem ao ver a magia pela primeira vez, a sua arrogância perante os colegas de trabalho, tudo aqui foi muito bem trabalhado. O restante elenco de apoio, Tilda Swinton está muito bem como a Ancia apesar de ser uma personagem um pouco reduzida a diálogo expositivo. O  Chiwetel Ejiofor está bem no filme como Mordo, e o Madds Mikelsen que interpreta o vilão Kaecilius está bem mas infelizmente tem pouca presença no filme assim como a Rachel MacAdams que interpreta o interesse amoroso do nosso protagonista.
 Finalmente, chegamos aos pontos negativos e infelizmente tenho bastante coisa para dizer aqui. Comecemos pela comédia. Comédia forçada! Primeiro filme da Marvel em que eu detestei quase por completo as cenas cómicas. Há pelo menos dez piadas e apenas 2 funcionam simplesmente não condiziam com o tom sombrio que o filme tem. Por exemplo o Benedict Cumberbatch acaba por ter a sua performance afetada devido as piadas presentes no roteiro, até se nota um certo desconforto no ator a proferir as palavras cómicas... É a tal fórmula da Marvel que parece ter medo de deixar as crianças que vão assistir ao filme demasiado tensas e precisa de estar sempre a cortar a tensão com uma piada, o filme perde a tensão e torna-se frustrante...
Outra coisa a reclamar é o vilão que sim tem motivações bem apresentadas e uma boa atuação de Madds Mikkelsen mas ainda assim é dado muito pouco tempo de antena, há momentos no filme em que simplesmente esqueces da sua existência e isso torna-se problemático, porque depois nos momentos em que ele aparece a tensão é pouca ou nenhuma.
 Acho que o que mais me incomodou no filme foi o excesso de diálogo expositivo, toda a parte do treinamento de Strange que nos apresenta as artes místicas é cheia de monólogos longos que são pura exposição em vez usarem outro tipo de recursos visuais para apresentarem o mundo místico ao publico preferem que mastigar tudo e chamar ao publico de burro porque não percebe o que tá a ver...
Por exemplo eu gostava que tivessem dedicado mais tempo  a explicar aquele mundo místico desde que não fosse tudo baseado em dialogo expositivo até podia ter uma hora disso mas o filme conseguiu pegar num mundo tão envolvente e de vez em quando torná-lo enfadonho devido ao recurso expositivo.
A formula Marvel esta toda aqui: comédia, bons efeitos e uma boa trama, o problema é que desta vez a comédia foi muito forçada, e a trama foi mal aproveitada...
Mas vá apesar de tudo isto gostei bastante do filme, é divertido e visualmente incrível e com boas performances. Tens os seus defeitos mas acho que é um filme deve ser visto, e recomendo muito que vejam o filme no cinema a experiência visual é mesmo incrível.
(P.S: Há duas cenas pós créditos uma no meio e outra no fim)
Nota do filme: 7/10