Crítica do Livro - O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde

 Boas! Hoje vou falar um pouco sobre o que achei do livro o Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde!
Bem, temos aqui um romance filosófico escrito pelo escritor e dramaturgo Oscar Wilde e que foi publicado em finais do século 19, mais precisamente em 1890. Esta obra começa com a nossa personagem principal Dorian Gray num estúdio de artes, a servir de modelo para o pintor Basílio Hallward. Quando o pintor acaba a sua obra, olha para ela e acha-a magnífica, a obra da sua vida! Oferece-a a Dorian, que vê a sua cara jovem expressa na pintura, logo ele deseja manter para sempre aquela expressão e envelhecer apenas no retrato. E assim acontece. O tempo passa e Dorian não envelhece, mas sempre que ele comete algum pecado o quadro revela uma expressão diferente. E temos aqui a premissa da nossa história.
 Bom eu gostei do livro, mas não achei excelente, é com certeza bastante interessante, mas extremamente arrastado! Oscar Wilde brilha nos diálogos que são simplesmente magníficos. Outra coisa que eu também gostei bastante foi a interação entre as personagens, a relação entre elas foi muito bem construída. Agora uma coisa que me incomodou bastante foi a inclusão de certos segmentos narrativos que simplesmente pouco ou nada de novo ofereciam à historia. Muitas vezes perguntei-me qual era a necessidade de certas coisas ali estarem. Por exemplo, há um grande capítulo com cerca de vinte páginas que é uma grande descrição de coisas que em nada influenciam a história. E isso faz com que a força da narrativa principal se dilua e a história que realmente importa perca a sua força. Oscar Wilde escreve muito bem, isso é certo, mas a meu ver não é por descrever bem a mobília da casa de Dorian Gray que faz dele um grande escritor. Um escritor  acima de tudo tem de ser um bom contador de histórias, e a meu ver em segmentos descritivos destes que pouco importam para a narrativa principal que servem simplesmente para colocar uma escrita muito boa mas sem substancia, aos meus olhos isso não é nada. É como um filme com excelentes efeitos visuais e uma historia rasa, visualmente incrível mas com pouca substancia, não que a historia do livro seja rasa é interessante mas super estilizada.
 Outro ponto negativo, foi que a meu ver Dorian Gray, a nossa personagem principal, não foi uma personagem muito bem construída, isto porque existe um momento no livro em que a sua personagem muda bastante a sua personalidade e, a meu ver, a transição da sua antiga personalidade não foi muito bem concretizada. E depois há o fator de as personagens secundarias serem todas muito mais interessantes que a nossa personagem principal, que é o caso de Basílio Hallward, e de Henrique que proporciona ao livro os melhores diálogos possíveis. Mas infelizmente existem longas partes do livro em que essas personagens são simplesmente deixadas de lado, o que foi uma pena!
 Mas a história é sim interessante e em vários momentos prendeu-me a leitura, mas depois entravam essas partes muito arrastadas e o foco em coisas desnecessárias fazem com que o livro perca muito o seu interesse ao longo da leitura. Imagino como seria uma versão deste livro que cortasse todas as partes desnecessárias, aposto que teria gostado muito mais!
Para concluir, O Retrato de Dorian Gray é um livro de altos e baixos, tem partes fantásticas e outras muito fracas, brilha nos diálogos mas super estiliza a história com descrições longas e partes simplesmente desnecessárias à trama.
Nota:6/10