Crítica - Logan

 Cresci com os filmes da saga X - Men. Lembro-me de ter eu 8 anos, e tomar o pequeno almoço todos os fins de semana enquanto via o X-Men 2, com aquela maravilhosa cena de abertura na Casa Branca. Isso marcou-me, as personagens ficaram comigo. É uma saga pela qual tenho um certo carinho. Os filmes, fizeram do Wolverine a personagem principal, e há já 14 anos que vemos Hugh Jackman, a interpretar a mesma personagem, e apesar de por vezes os filmes não serem tão bons quanto isso ( exemplo: X -Men Origins Wolverine) o ator sempre fez muito bem o seu papel. Eu cresci a vê-lo interpretar este mutante, tão importante para mim. Tenho até uma foto minha de criança na qual havia posto o meu cabelo com o mesmo estilo do da personagem. Até que chega o momento, o último filme onde o ator faria esta personagem tão querida para mim. Uma despedida ao Wolverine que o vimos representar durante todos estes anos. E que despedida foi esta! Adorei Logan.
 Sobre a história em si, não revelarei muito, até porque os trailers não contam praticamente nada. Dirigido por James Mangold e protagonizado por Hugh Jackman, Pactrick Stewart e Dafne Keen "Logan" passa-se num futuro próximo, no qual Wolverine tem de cuidar de um doente Charles Xavier, e ao mesmo tempo ajudar uma criança com habilidades surpreendentes.
 Não podia ter adorado mais este filme. Finalmente vemos o Wolverine representado da maneira que os fãs sempre quiseram, de forma dura, bruta e violenta. O sucesso de "Deadpool" permitiu que este filme tivesse uma censura de 16 anos, e não poderia ter estado mais feliz por esta escolha. Toda a fúria da personagem é aqui representada. Sangue e cabeças rolam para todo o lado, num filme pesado, dramático, e com uma grande carga emocional.

 Sobre os atores, Hugh Jackman está mais uma vez muito à vontade no papel, naquela que a meu ver é a melhor interpretação que extraiu desta personagem. Ele carrega todo o peso de um Logan velho, que está a passar por muito sofrimento, e o ator entrega todo o potencial, está de parabéns. Patrick Stewart também está excecional, num papel que nos deixa com pena da sua personagem, e ao mesmo tempo faz-nos rir com ela, e emocionar, é também a meu ver a melhor interpretação que o ator fez com a sua personagem, todos os atores estão muito bem aqui. Sobre a Dafne Keen, que interpreta Laura, o papel dela é bastante interessante, em grande parte do filme ela não abre a boca para falar, e tem uma atuação muito fechada, mas que funciona muito bem. Quando começam os seus primeiros diálogos a coisa já não funciona tão bem, mas não por muito tempo, no final do filme, é exigido mais carga emocional na sua atuação, e a atriz entrega.
 As cenas de ação do filme são extraordinárias, aliás o filme tem mais ação que eu pensava. Muito brutal, com imenso sangue, imenso mesmo. Dou destaque para a primeira cena de ação, e principalmente para a última que é mesmo espetacular.
 Mas além da ação, o que eu mais gostei deste filme foram as personagens. Em especial de Charles e Logan. A relação pai-filho que tem sido construída pouco a pouco ao longo dos filmes anteriores, é mais uma vez vista aqui, de uma forma um tanto delicada, em momentos triste e em outros bastante engraçada.
 Quanto ao que me incomodou neste filme ( porque apesar de muito bom, ele não é perfeito ), por vezes o uso de tela verde desnecessária incomodou-me bastante. Também há uma cena no qual um vídeo é mostrado através de um telemóvel. A cena além de ser longa e expositiva, tem algo que eu considerei extremamente ilógico, mas que não vou dizer para não dar nenhum spoiler.

 Fora isso, adorei Logan. É a despedida em grande forma de Hugh Jackman e de Patrick Stewart do universo mutante dos cinemas. É dramático, emocionante, brutal, empolgante, enfim, um excelente filme. Vai deixar saudades ver estes atores  a interpretar estas personagens que já acompanho desde criança. Mas o que importa é que acabaram em grande!
Nota: 9.2/10