Crítica - Riverdale Season 2


A segunda temporada da série Riverdale é-nos mais uma vez trazida pelo canal americano The CW, produzida por Greg Berlanti e protagonizada por KJ Apa, Cole Sprouse, Camila Mendes e Lily Reinhart. O novo capítulo retoma a história exatamente no ponto onde a deixamos na temporada passada, introduzindo o mistério da personagem Capuz Preto que tem como missão perseguir os pecadores da cidade.
 Sabem aquelas produções fracas mas que por alguma razão nos mantêm presos ao ecrã? Atualmente penso que esta é serie que melhor reproduz esse sentimento em mim. Não diria que Riverdale é uma série fraca como um todo, mas o roteiro é genérico, os diálogos chegam por vezes a ser tão estranhos que se tornam desconfortáveis, e algumas situações simplesmente não fazem sentido. Contudo, os atores entregam uma performance muito acima daquilo que lhes é exigido, e a meu ver é esse o grande trunfo de Riverdale. Além disso o estilo noir da série é inegavelmente bonito. Nota-se que há um cuidado na produção da série. Há que salientar que também as personagens têm arcos que na sua maioria diria serem bem trabalhados e que acompanhados de bons atores, tornam-se o grande pilar desta série.


 Ponhamos então as cartas na mesa. Esta temporada tem um começo extremamente fraco. Alguns dos episódios iniciais quebraram as minhas expetativas por completo ao entregar uma narrativa pobre, com diálogos fracos, acompanhados por algumas escolhas do roteiro que eram simplesmente previsíveis. Eis que na segunda metade a série de certa forma se reinventa, isto é, apesar de entregar mais uma vez um roteiro genérico e clichê, esta série faz aquilo que para mim qualquer novela deveria fazer, que seria reduzir o número de episodios para cerca de treze, e fazer a história movimentar-se num ritmo acelerado. A segunda parte entrega precisamente isso, uma trama fluída, que ainda que previsível, desenvolve muito bem as suas personagens, em especial Cheryl e Jughead, e cria um mistério interessante o suficiente para me fazer acompanhar os episódios.
 Tenho que destacar o meu episódio preferido desta temporada chamado "Tales from the Darkside" que serve como homenagem ao meu realizador preferido Quentin Tarantino. Achei simplesmente genial como usaram o estilo Tarantino de contar o filme em capítulos neste episódio, e dividir esses capítulos em vários núcleos de personagens diferentes, foi para mim o melhor episódio desta temporada.

 Desta vez a série optou por ter um episódio musical que para mim foi um completo desastre, salvo a reviravolta no final que mantém o interesse para o próximo episódio e algum desenvolvimento na personagem Betty, era notável que a maior parte dos cantores não estavam a cantar, e as coreografias não foram muito bem executadas, pelo menos na minha opinião
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 No final das contas, Riverdale é aquilo a que chama uma novela muito bem produzida. As personagens são cativantes e o estilo noir e referências a outros filmes na realização dos episódios, acompanhados de um mistério minimamente interessante mantiveram-me colado ao ecrã. Contudo o roteiro não traz nada de novo, os diálogos são péssimos, e a primeira metade arrasta-se desnecessariamente, tendo sido talvez melhor se tivessem optado fazer apenas treze episódios como na primeira temporada. De qualquer das formas irei assistir a próxima temporada.
Nota: 6/10

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