Crítica - Incredibles 2


 Lembro-me perfeitamente de quando era mais novo e o meu pai me ofereceu o DVD do filme "The Incredibles". Tinha eu à volta de seis anos, quando fomos a uma loja da JCA em Torres Novas e nos deparamos com uma estante de filmes de animação cheia de cópias do filme. Quase de forma instantânea e sem razão aparente, (devo ter achado a capa bonita ou algo do género), implorei ao meu pai para levarmos o filme e assim o fizemos. Desde aí gastei tardes e tardes, durante anos a ver este filme. Não tardou muito a tornar-se o meu filme de animação preferido, e até hoje perdura como tal. 
 A sequela, mais uma vez escrita e realizada por Brad Bird, retoma a história da família de super heróis, numa nova aventura, na qual a Mulher Elástica é contratado por uma empresa que pretende tornar legal a ação dos super heróis.
 Como qualquer fã do primeiro filme, estava mais que ansioso para a nova produção da Pixar, afinal de contas passaram já catorze anos desde o lançamento do anterior. Posso dizer que este filme é uma sequela digna do original, estou muito feliz com esta continuação. 
 Nem todas as sequelas conseguem voltar ao mesmo universo do filme original de forma orgânica, isto é, como se parecesse mesmo uma continuação e não outro filme. Algo natural. Mas este filme fá-lo de forma instantânea. As personagens e o universo que conhecíamos são as mesmas, com os mesmos trejeitos e personalidades, e a mesma dinâmica familiar, está tudo aqui presente.



Mas o filme não se limita a trazer de volta tudo o que já sabíamos. Pelo contrário, ele eleva o material do primeiro filme a outro nível ao explorar a dinâmica familiar de formas diferentes e desenvolver muito bem cada personagem da família.
 Algo que me surpreendeu pela positiva foi o humor. Há diversas cenas cómicas, muito voltadas para o bebé Zezé, cujos poderes são explorados em várias cenas carregadas de um tom leve, bonito e muito engraçado.


 Outro grande destaque são as cenas de ação, que foram verdadeiramente incríveis e realizadas de forma fluída e empolgante. O diretor sabe trabalhar muito bem o uso dos poderes de cada personagem e tal é visível nessas cenas de luta, nas quais os heróis, individualmente ou em equipa, usam muito bem os seus poderes em tela.
 A equipa que trabalhou na animação do filme fez um trabalho impecável. Chega quase a ser palpável em certas cenas de tão bem feito que está.
 Contudo há algo que não funcionou para mim, e esse algo é o vilão. Se no primeiro filme é-nos dado um bom vilão, bem desenvolvido e aproveitado, neste filme é-nos entregue o oposto. A ideia inicial era um tanto interessante. A crítica social que o antagonista tenta passar intrigou-me. Contudo, o pouco tempo em tela, acompanhado de um plano que não faz muito sentido, e da revelação de identidade previsível, tornam este vilão simplesmente fraco, e o ponto mais baixo da trama.
 É na dinâmica entre a família principal que o filme encontra o seu coração, desenvolvendo as relações entre as personagens de forma excecional. Temos então uma sequela cheia de esplendor, visualmente linda, com ação espetacular, e as personagens que tanto adoramos. O vilão é fraco, mas confesso que tal não foi um grave problema, pelo menos para mim.
Nota:9/10

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