Crítica - The Nun


 Universos compartilhados... Se temos quem os saiba fazer muito bem, também temos estúdios que não entendem simplesmente como construir um universo sólido. Desde o sucesso do Universo Cinematográfico Marvel que vários estúdios tais como a Universal com o "Dark Universe", e a Warner com os filmes da DC, tentaram alcançar o que a Marvel conseguiu. Com muita pena minha, nenhum deles lá chegou. A meu ver, a única outra saga de filmes que funcionou nesse formato até então, tem sido a saga ''The Conjuring". Com dois filmes que considero muito bons "The Conjuring" e "The Conjuring 2" e um bom filme chamado "Annabelle Creation", esta saga apenas tinha falhado com o filme "Annabelle". Desta forma, e sendo um declarado fã desta série, estava com algumas expetativas para o filme "The Nun". Não que esperasse muito do filme, mas o facto de se passar em 1959 e de a personagem Nun, ter sido um dos pontos altos de "The Conjuring 2", fizeram com que o filme ganhasse o meu interesse. Contudo esta produção não passou de potencial desperdiçado.
 "The Nun" é realizado por Corin Hardy e protagonizado por Taissa Farmiga e Demián Bichir. O filme conta a história de um padre e uma freira que investigam um convento na Roménia, convento esse no qual uma freira se tinha suicidado.
 Corin Hardy dirige o filme de forma pouco inspirada. Se por um lado temos bons visuais, e algumas imagens interessantes, como por exemplo, uma cena na qual a personagem de Taissa Farmiga está vestida de branco e a rezar dentro de um círculo de freiras vestido de preto. O contraste visual que o diretor imprime nessa cena é muito bom, a par do convento. O cenário principal do filme é não só muito bem feito, como também destaca o trabalho de iluminação no filme, com o uso de vermelhos e o uso da névoa. Fora estas componentes técnicas, o realizador não consegue imprimir tensão nas cenas ditas assustadoras, e falha numa das coisas mais importantes num filme de terror, ao não conseguir fazer o espetador sentir medo pela chegada da ameaça, neste caso a freira. Isto acontece devido ao uso excessivo de "jump scares" que são feitos de forma muito pouco inventiva, o espetador consegue prever estes sustos, e o uso desta técnica, sem uma boa atmosfera e personagens cativantes, retira toda a tensão em cena.


 E eis que chegamos a outra das falhas desta produção, as personagens. Se os atores fazem um bom trabalho, em especial Taissa Farmiga, penso que o texto que lhes foi dado não foi muito bom, o que é pena, pois nota-se o empenho de ambos. Não ficamos a conhecer muito bem a freira e o padre que protagonizam a nossa história. Sim, é nos revelado um pouco do seu passado, mas não o suficiente para que me fizesse torcer por eles quando estes estivessem em perigo.
 A história é muito convencional, e não oferece nada de novo ao género. Temas a típica casa assombrada por um monstro que já tantas vezes vimos, mas que poderia ter sido bom, se tivesse uma boa realização que criasse tensão e personagens cativantes, mas, reitero, não é esse o caso.


Contudo, há algumas qualidades. A exploração do passado do monstro Freira, adiciona alguma história interessante a esta saga, e mantém-me entusiasmado com producões futuras. Como já falei, o visual e cenários são muito interessantes, assim como a caracterização do monstro Freira.
 Mas é só isto. Não odiei "The Nun". Não é o pior filme do ano. Mas sem personagens cativantes, uma realização que não oferece tensão alguma, e uma história básica e rasa, esta nova entrada na saga Conjuring não passa de um filme sem alma e que não traz nada de novo ao género...
Nota:5/10

Comentários